Esta tarde, 13 de julho, no vespertino da SIC, foi passada a entrevista de Júlia Pinheiro e João Soares, marido de Maria João Abreu. Uma entrevista emocionante, em João Soares recordou Maria João Abreu e os seus últimos momentos.
João começou por recordar que Maria João Abreu já se queixava há algum tempo de dores de cabeça, “A João queixava-se de dores de cabeça, desde que a conheço que ela tinha dores de cabeça. Podia ser um sintoma ou não. Ela cuidava primeiro dos outros e depois, se tivesse tempo, cuidava dela. Sim [as dores de cabeça andavam a inquietá-la], não o suficiente para ela ter feito alguma coisa mais cedo. Ela queixou-se para aí durante um mês ou um mês e tal.”
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“Acontecem vários milagres com a João: rebenta o aneurisma, volta a si, plena das suas funções… ela é que deu todas as indicações ao médico da triagem, explicou tudo o que se tinha passado…” recordou João, o músico conta que teve a noção da gravidade do estado da esposa, quando uma enfermeira falou com ele “É aí que tenho pela primeira vez a noção da gravidade da situação. Quando ela me diz que nestes casos, existe 50% de probabilidade da pessoa sobreviver”.
“Informaram-nos que este era um processo minuto a minuto e que não devíamos deitar foguetes, porque não é assim tão fácil… Falámos com ela, ela mexia tudo, articulava bem… depois mandaram-nos embora, isto era por volta das 16-17H da tarde. Por volta das 19-20 h, ligaram a dizer que ela tinha tido uma hemorragia e, a partir daí, não foi logo [que perderam a esperança], ainda se demorou uns dias [a encaixar o que ia acontecer]… Nós não acreditávamos.” confessou João.
João conta que ao contrário do que foi avançado pelas notícias, o estado de Maria João nunca melhorou e foi-se agravando, “Saiam às vezes notícias que ela estava melhor e nós a saber que isso é mentira e que as coisas não eram nada assim… Se houve coisas que nos trouxe foi uma grande união, estivemos todos os dias no hospital“.
Foi então que João revelou como foram os últimos momentos de Maria João Abreu e como disseram o último deus, “Pedi para tocar guitarra para ela e, nesse dia de manhã, liga-me uma enfermeira ‘se puder vir já venha porque a João já está a respirar com alguma dificuldade’, entrei no quarto, ainda consegui tocar umas músicas para ela, depois chegou o Ricardo [Raposo, filho da atriz], declamou um poema, perguntou se eu conseguia tocar uma música dos Pearl Jam que ela amava, tocámos e no último acorde, ela deu o último suspiro“.