Quintino Aires foi alegadamente afastado da função de comentador do Big Brother, depois dos polémicos comentários que fez sobre o concorrente Bruno Almeida e a comunidade LGBTQIA+, o psicólogo quebrou o silêncio e em declarações à Flash, falou do alegado afastamento da TVI e dos comentários que fez no Extra, na noite de terça-feira.
Sobre o afastamento da função de comentador do Big Brother, Quintino afirmou não ter recebido qualquer contato da TVI a esse respeito, “Não me disseram nada.”, começou por dizer, confirmando que não recebeu qualquer contato “Não, não recebi. Estava a trabalhar na obstetrícia no hospital e à hora do almoço, quando saí, soube pelo ‘Dioguinho’.”
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No que diz respeitos aos comentários polémicos que fez no Extra, Quintino Aires, mostrou-se tranquilo e afirma que foram pensados e ponderados, “Repare, eu fui comentar coisas ditas no domingo à noite na terça-feira, de maneira que tive 48 horas para pensar cada palavra que queria dizer. Foi tudo tão pensado, tão refletido que aquilo que disse no programa digo outra vez, e continuo a dizê-lo. No fundo, o que disse na questão de colar a Direção Geral de Saúde [DGS] com uma atitude homofóbica, quando na verdade nem sequer entendem por que é que estava ali a questão de ser-se homossexual, que eu acho que era obrigatório também perceber, é um erro gravíssimo e perigoso, e, portanto, o que ali foi dito em termos científicos era a minha obrigação. Não era uma escolha minha, com a minha formação, esclarecer ou não esclarecer aquilo que milhares de pessoas ouviram, era a minha obrigação. A parte científica é como é e não podia ficar calado – isso não tem discussão.”
No que toca ao comentário, que ofendeu a comunidade LGBTQIA+, Quintino explicou “Relativamente à questão do meu comentário sobre a marcha gay, como homossexual, tenho o direito de não me identificar, como muitos homossexuais. Eu, como homossexual, não me reconheço naquela marcha, nem naquilo que ali acontece, e tenho direito a isso. Hoje é o dia 15 de setembro, dia internacional da democracia, não estamos no Afeganistão. Como homossexual, tenho o direito a dizer que não me reconheço naquela marcha como representante dos gays.”
Quintino Aires explicou porque se sente envergonhado com a marcha homossexual, apesar de ele próprio ser homossexual e não se identificar com a marcha, “Sim, porque eu sinto vergonha! Já disse muitas vezes na comunicação social: sinto vergonha de ver aquela marcha! E tenho direito de dizer isso, estamos num país democrático, tenho direito à minha opinião. Calha de eu ser homossexual, mas mesmo que eu não fosse, poderia ainda assim dizer que achava aquela marcha uma vergonha. Aqui acresce o facto de eu ser homossexual, não me reconhecer ali e talvez até por ser homossexual sentir de forma mais profunda uma vergonha em relação ao que ali acontece.” começou por dizer, que acrescentou de seguida “Refleti durante 48 horas cada palavra. A parte da ciência nem sequer vou discutir. Outra coisa que vi durante a tarde, de ter chamado “bicha”, eu estou dentro do mundo gay há 35 anos e quem está sabe perfeitamente que é uma palavra que utilizamos normalmente: “bicha preguiçosa”; “bicha desocupada”, isso faz parte do vocabulário. Eu não retirava essa palavra.”
“É lamentável que se exija que as pessoas tenham todas a mesma opinião. Não sei em quê o facto de um homossexual não se reconhecer na marcha gay faz dele homofóbico, faz apenas dele alguém que não se identifica com aquela marcha. Ponto. “ acrescentou Quintino.
Quintino Aires mostrou-se desiludido com a TVI, mas pede para deixarem Cristina Ferreira fora do assunto, defendendo a diretora de entretenimento e ficção do canal, “Ela é a diretora da estação de televisão que me afasta, portanto é natural que algumas pessoas venham fazer alguns raciocínios: ‘Então, o que é que aconteceu aqui?’. Não tem nada a ver com isso. O carinho e a gentileza é mútuo, ainda há pouco estivemos os dois a conversar. O meu carinho e a minha gentileza são os mesmos dessas duas décadas em que partilhamos. Gostava que ficasse de fora desta confusão. Que me desilude a sociedade em que estamos a viver agora! Muito. Que me desilude a atitude da empresa onde colaborei durante 24 anos! Muitíssimo. Mas que não coloquem a Cristina Ferreira nisto. Como disse, é a única pessoa em quem confio a 100% de todas as que fui partilhando 24 anos de televisão“, o psicólogo não quis revelar o conteúdo da conversa que teve com Cristina Ferreira afirmando “Isso é uma conversa nossa, de dois amigos que têm um carinho mútuo muito grande “.