Bruno Almeida contou esta tarde, 15 de setembro, a alguns colegas da casa, um episódio em que foi vítima de violência por preconceito, por ser homossexual.
“Obviamente que se eu for de mão dada contigo no meio da rua, se calhar na Baixa Chiado ninguém quer saber, agora se formos ali para uma periferia já toda a gente vai olhar para nós, se formos para um Portugal mais rural se calhar vamos levar umas bocas do caraças ou se calhar até nos dão um estaladão não é.” começou por dizer Bruno.
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António questionou o colega “Tu já sofreste de preconceito alguma vez?” , “Claro que já, só a cena do sangue, foi tipo uma humilhação total, foi pegarem na minha dignidade e fazerem assim [gesto de pisar]” respondeu Bruno. “Eu nunca sofri de preconceito” confessou António.
“Em relação à minha profissão, nunca tive dificuldade em arranjar trabalho, muito pelo contrário, ou sou bom naquilo que faço, sempre correu tudo muito bem. Agora há pequenas atitudes do dia a dia, uma vez fui a uma festa no LxFactory e o meu ex-namorado da altura, que não era de ficar bêbado, mas ficou tipo de caixão à cova. Então eu estava de braço dado com ele para ir apanhar o Uber ou o Táxi, vêm três palhaços por três ‘caral*o, vocês são maricas’. ” começou por revelar Bruno.
“Podia ser um amigo meu ou um desconhecido, eu estava de braços dado com ele, não estávamos a fazer nada, ele estava efetivamente bêbado.Eu estava a ajudá-lo, podíamos ser amigalhaços, podíamos ser primos, podíamos ser irmãos, não, foi logo ‘paneleiros do caral*o’. Deu-me um chuto no rabo, o meu ex-namorado estava muito bêbado e não percebeu bem a situação (…) vocês não tem noção do medo que eu tive, eu achei que me iam dar um enxerto de porrada e ele nem se quer estava, ele estava mais para lá do que para cá” continuou a contar Bruno.
“Eu sofri muito mais antes de ser, do que depois, os miúdos na escola são muito maus” confessou António, revelando que sentiu mais preconceito antes de se assumir, devido aos colegas da escola.
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