O Plano de Vacinação à Covid-19 em Portugal foi apresentado a 3 de dezembro pela Ministra da Saúde e pelo Primeiro-Ministro.
As primeiras vacinas começaram a ser administradas hoje, 27 de dezembro.
Muitas são as dúvidas dos portugueses, a DGS respondeu a algumas das questões mais frequentes e que podem ajudar a população a perceber quando irá ser vacinada e a esclarecer todas as dúdivas.
Ora veja:
Quando posso ser vacinado?
Toda a população Portuguesa poderá ser vacinada, desde que seja elegível de acordo com as indicações clínicas aprovadas para cada vacina na União Europeia. Contudo, foram definidos grupos prioritários, por estarem mais vulneráveis à COVID-19:
- Fase 1
- A partir de dezembro de 2020:
- Profissionais de saúde envolvidos na prestação de cuidados a doentes
- Profissionais das forças armadas, forças de segurança e serviços críticos
- Profissionais e residentes em Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas (ERPI) e instituições similares
- Profissionais e utentes da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI).
- A partir de fevereiro de 2021:
- Pessoas de idade ≥50 anos, com pelo menos uma das seguintes patologias:
- Insuficiência cardíaca
- Doença coronária
- Insuficiência renal (Taxa de Filtração Glomerular < 60ml/min)
- (DPOC) ou doença respiratória crónica sob suporte ventilatório e/ou oxigenoterapia de longa duração
- Pessoas de idade ≥50 anos, com pelo menos uma das seguintes patologias:
- A partir de dezembro de 2020:
- Fase 2 (a partir de abril de 2021):
- Pessoas de idade ≥65 anos (que não tenham sido vacinadas previamente)
- Pessoas entre os 50 e os 64 anos de idade, inclusive, com pelo menos uma das seguintes patologias:
- Diabetes
- Neoplasia maligna ativa
- Doença renal crónica (Taxa de Filtração Glomerular > 60ml/min)
- Insuficiência hepática
- Hipertensão arterial
- Obesidade
- Outras patologias com menor prevalência que poderão ser definidas posteriormente, em função do conhecimento científico
- Fase 3 (em data a determinar após a conclusão da segunda fase):
- Toda a restante população elegível, que poderá ser igualmente priorizada.
Pode ainda recorrer ao simulador, disponibilizado pela DGS, para ter uma previsão de quando irá ser vacinado, pode aceder aqui.
A vacina é segura?
Um dos grandes medos da população é se a vacina é segura e a sua eficácia, visto a fase de testes ter sido executada em tempo recorde.
Contudo a DGS e explica os procedimentos que foram efectuados para que a vacina fosse segura e eficaz para a população.
“No desenvolvimento e aprovação das vacinas contra a COVID-19, tal como para qualquer outro medicamento, foi garantida a sua eficácia, segurança e qualidade, através de ensaios clínicos e de uma avaliação rigorosa pela Agência Europeia de Medicamentos. Os ensaios clínicos das vacinas contra a COVID-19 decorreram de acordo com os procedimentos habituais para ensaios de qualquer vacina.
Dezenas de milhares de voluntários foram vacinados e comparados com o idêntico número de voluntários não-vacinados, quanto à ocorrência de efeitos adversos. O tempo durante o qual os vacinados foram acompanhados após a toma da 2ª dose, ultrapassou as oito semanas. Este é o período durante o qual surgem efeitos adversos comuns após a toma de vacinas, não se tendo observado uma frequência ou gravidade destes efeitos que coloque em causa a segurança das vacinas.
À semelhança do que se passa com qualquer medicamento, os ensaios não podem, contudo, excluir a ocorrência de efeitos adversos muito raros, só detetáveis quando uma vacina é dada a milhões de pessoas. Estes efeitos são detetados pela vigilância implementada pelas autoridades de regulação dos medicamentos de cada país, o INFARMED no caso de Portugal (no contexto do Sistema Nacional de Farmacovigilância).”
A vacina é eficaz?
Quanto à eficácia a DGS, explica que as duas vacinas aprovadas tem uma eficácia de 95%:
“Até ao momento, há uma vacina aprovada pela Comissão Europeia: a Vacina Comirnaty (da BioNTech/Pfizer).
O ensaio clínico principal que suportou a autorização de introdução desta vacina no mercado, e envolveu no total cerca de 44.000 pessoas, demonstrou que a vacina tem uma eficácia de 95%.
Este ensaio demonstrou que a Comirnaty foi eficaz na prevenção da COVID‑19 em pessoas a partir dos 16 anos de idade. Também demonstrou cerca de 95% de eficácia em participantes com risco de doença grave de COVID-19, incluindo aqueles com asma, doença pulmonar crónica, diabetes, hipertensão arterial ou índice de massa corporal ≥ 30 kg/m2.”
A vacina vai proteger-me?
A DGS responde :“Sim. Ser vacinado contra a COVID-19 permite proteger-nos individualmente contra a doença e suas complicações, bem como contribuir para a proteção da saúde pública, através da imunidade de grupo.
Apesar de muito eficazes, as vacinas não evitam completamente o risco de infeção. Contudo, as poucas pessoas vacinadas que foram infetadas, desenvolveram geralmente formas pouco graves de COVID-19.”
A vacina tem efeitos secundários?
A DGS explica, que assim como qualquer medicamento, a vacina à Covid-19, também têm efeitos secundários, que por norma são ligeiros.
“Todas as vacinas, ao estimular as nossas defesas, podem causar efeitos secundários ligeiros e de curta duração. Alguns indivíduos vacinados contra COVID-19 nos ensaios clínicos, relataram ter sentido:
- dor no local de injeção;
- fadiga;
- dor de cabeça;
- dores musculares;
- dor nas articulações;
- febre.
Outros efeitos como vermelhidão no local da injeção e náuseas ocorreram em menos de 1 em cada 10 casos.
Geralmente, estes efeitos desapareceram ao fim de 24 a 48 horas. Embora a sensação de febre não seja incomum por 2-3 dias, uma temperatura alta é rara e pode indicar que tem COVID-19 ou outra infeção.”
A DGS explica que os sintomas desaparecem por norma ao fim de uma semana se persistirem aconselham o contacto com o seu médico assistente ou a linha de Saúde 24. Também pode reportar através do Portal de Notificação de Reações Adversas (RAM) do INFARMED, I.P.
Como é administrada a vacina?
A vacina é administrada em duas doses intercaladas num intervalo de 3 a 4 semanas, ” o percurso vacinal é completado ao fim de duas doses de vacina, intercalados por 3 ou 4 semanas.”
A segunda dose será agendada com o profissional de saúde após administrar a primeira dose.
Contudo a DGS informa que se apresentar sintomas de doença, não deve ser vacinado: “Se estiver com febre, tosse, dificuldade respiratória, alterações do paladar ou do olfato não deve ser vacinado e deverá contactar o SNS 24 (808 24 24 24). Também não deve ser vacinado enquanto estiver em isolamento profilático. Não deve ser vacinado se estiver em isolamento, à espera de um teste COVID-19, ou se não tiver a certeza que está bem.”
E depois da vacina? Devo usar máscara? Que medidas devo tomar?
A DGS esclarece: “Depois de tomar a vacina ainda necessito de usar máscara e respeitar o distanciamento? Sim! Mesmo após ser vacinada, a pessoa deve continuar a observar todas as medidas preconizadas para a sua proteção e contenção da transmissão, incluindo o uso de máscara.”
“Um vacinado só se deve considerar protegido de doença sete dias depois da toma da segunda dose da vacina. Este é o período de tempo que dá garantia de uma resposta robusta por parte do seu sistema imunitário.”
Contudo, há ainda questões que não tem reposta no estudo da doneça e da vacinação, tais como: “desconhece-se ainda se estar vacinado impede infeção assintomática. As vacinas conferem proteção contra a doença, mas não necessariamente contra ser portador e transmissor do vírus, sem exibir sintomas. As máscaras e o distanciamento evitam que possamos infetar outras pessoas caso sejamos portadores do vírus sem o saber.”
Posso ser infectado pela vacina?
“Não pode ser infetado através da vacina, pois as vacinas não contêm vírus que causam a doença. No entanto, é possível ter contraído COVID-19 nos dias antes ou imediatamente após a vacinação e surgirem os sinais da doença poucos dias depois da vacinação.”
Já tive a doença, devo tomar a vacina?
“A grande maioria das pessoas que já tiveram COVID-19 adquiriram proteção contra a doença. Presentemente, essa proteção aparenta durar pelo menos três ou quatro meses, mas só com o tempo se saberá por quanto tempo mais se prolonga. A maioria dos especialistas considera ser seguro que quem já teve a doença tome a vacina. Contudo, enquanto o número de vacinas for muito limitado, as pessoas que tiveram COVID-19 no passado não serão priorizadas.”
Informações consultadas na página https://covid19.min-saude.pt/vacinacao/